terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aprenda a viver para saber morrer


Sim, a vida vai além de ser o oposto da morte; vida é o início da morte, seu caminho e seu motivo. Todos nascem para morrer, é fato! O problema é que muitos durante esse percurso não sabem o que fazer com suas vidas, ou melhor, não sabem sua importância.
O interessante é que, mesmo sabendo que vamos morrer, ainda tememos, relutamos, negamos, choramos, fugimos da morte! Pode parecer estranho ao afirmar, mas sim, nascemos para morrer! O importante de tudo então, não é temê-la, e sim, saber viver até sua chegada.
Pensando por uma lógica universal, a vida é curta, demasiado curta. Curta o suficiente para não a desperdiçarmos.
A vida quando é vivida pelo simples escopo “existencial de existir”, a torna um caminho reto, sem conquistas, sem emoções, sem atitudes, um marasmo. Dai o termo, estar morto em vida! Um mar só é de rosas quando para alcança-lo tiveste que caminhar por muitos espinhos.
A vida é para ser vivida enquanto não for “morrida”. Viver é ter a noção de que tudo (ou quase tudo) é efêmero, refutável, vulnerável, sensível, “acabável”.
Viver, não é necessariamente seguir religiões que te ditam o que tem que fazer ou não. Mas caso obedecer a certas regras te faz bem, quão maravilhoso é! No entanto, Para viver bem, basta tentares passar a maior parte do tempo em paz contigo mesmo, sem prejudicar, sem humilhar, sem aproveitar-se de outros. Se puder ajudar, melhor ainda, o importante é não atrapalhar!
Viver também é errar. O importante é aprender com o erro, por isso, continue errando! É ele que nos propicia sabedoria. E ser sábio, não é não errar. É saber identificar o erro e ter a consciência que esse erro faz parte do teu amadurecimento. Sendo assim, erre, mas reconheça seu erro!
Viver também é sofrer, seja por motivos insignificantes ou de grandes proporções. O sofrimento nos eleva a um nível que, em situações comuns jamais atingiríamos.
Viver também é amar. Eu disse “amar”, não ser “feliz”, são coisas estruturalmente diferentes. Amar nem sempre significa felicidade, e sim entrega, resiliência, crescimento interior, doação. Obviamente que amar a quem te ama é maravilhoso, embora infelizmente a maioria das pessoas morrem sem ter tido essa experiência magnifica.
Quando as pessoas aprendem que amar, na maioria das vezes é não receber nada em troca, elas teriam menos desilusões, vivendo mais e melhor. Amar por egoísmo, por conquista ou por obstinação na maioria das vezes causa dor, muita dor. Ame pelo simples fato de amar... sem motivo e sem objetivo. Amor é o motor da vida; viver com amor, com certeza te trará uma morte em paz.
Viver também é fazer o que se tem vontade, sem aniquilar a vontade alheia. Se queres comer coma, se queres beber beba, se queres dançar dance, se queres chorar chore! Faça o que tu queres, medindo e assumindo as consequências do seu prazer. Viver é aproveitar a vida sem destruir outras.
Viver é evoluir, não a perfeição, mas a um estágio superior aquele que te encontravas antes.
Viver é saber que dinheiro só vale a pena quando você pode usufruir dele sem que ele te escravize. Não trabalhe para os seus filhos nem para seus netos. Para os seus filhos deixe uma boa educação e um teto para morar, o resto, é com eles, afinal, eles também tem uma vida que deve ser vivida...nunca tente viver pelos seus filhos!
Não morra sem saber que o dinheiro compra alegrias, mas não compra felicidade! Sim, ele compra muitas alegrias...compra uma boa noite de diversão, uma boa garrafa de Whisky 18 anos, uma boa noite de sexo, uma boa comida. Mas saibas, o dinheiro não compra o amor de uma pessoa que te abraça todos os dias quando chegas em casa, que beba as tuas lágrimas, que enxugue as tuas feridas, que estará ao teu lado até a tua morte. E saibas, que dinheiro nenhum no mundo compra um sentimento verdadeiro.
Viver é acreditar que nossa existência tem um propósito, qual seja, simplesmente “aprender a viver”.
A morte chega quando tu cumpres a tua missão. É, pode parecer estranho, mas, a morte chega quando aprendes a viver. Mais um motivo pra saberes que, aqui na terra, nesta dimensão corpórea, não há lugar para perfeição, apenas para aprendizados, por isso, quando cair, levanta-te; quando errar, aprenda!
Sei que aprender é a missão para todos, mas não necessariamente todos devem aprender a mesma coisa. Uns tem a missão de aprender a amar, outros tem a missão de aprender a sofrer, outros a superar os medos, outros a missão de aprender a perdoar, e há...como é difícil perdoar!
Se aceitasses que aquele teu empregado é muito mais realizado e feliz que você, mesmo não tendo um carro de luxo igual ao teu, nem comendo os queijos importados que tu comes, talvez não fosses tão ambicioso!
Viver, é chorar quando a maioria das pessoas está rindo, é estar acordado quando a maioria dorme, é amar quando a maioria odeia!
Viver é não desistir daquela pessoa que te traz felicidade. Pois lembre-se, alegrias o dinheiro compra, mas felicidade, só o amor pode te fornecer, ou melhor, ofertar. Se alguém te ama, receba isso como um presente divino!
O sentido da vida é saber que nascemos para morrer e que, devemos buscar viver com sentimentos que nos tornem “verdadeiramente humanos” e não simples animais no cio, prontos para acasalar e a devorar qualquer coisa suculenta que passe em nossa frente.
Viver é assim saber que, as coisas mais linda são as coisas mais simples! Uma casinha branca e limpa, uma horta no quintal, um jardim florido, a risada de um filho e um abraço de quem se ama. Se você já tem isso, parabéns, podes ter a certeza que morrerás em paz, com o coração quente e a alma leve.
Viver, não é ter medo do que é simples, não é ter medo de sofrer, de amar, de viver. Não tenha medo de ter medos! Viver, nada mais é do que enfrentar os medos e buscar eternamente aquilo que te faz feliz, só assim estarás preparado para o grande objetivo da vida, a morte do corpo e a evolução do espírito!
Por mim,Samanta Lemos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Olha...

Olha, o que posso fazer?
Se minha mente já não é mais digna.
Se minha alma já não se resigna.
Se eu já não posso mais cobrar as dívidas,
das tuas palavras infidedignas.

Olha, como posso caminhar?
Se cortaste as minhas pernas.
Se só vejo estradas desertas.
Se do meu caminho tiraste as setas,
que a outrora tu mesmo fizeras.

Olha, como posso respirar?
Se não escuto mais tua canção.
Se no meu sangue não há mais emoção.
Se não escuto mais meu coração,
que se nega em proferir perdão.

Olha, como posso cantar?
Se tuas músicas só trazem dor.
Se em cada palavra ouço um temor.
Se cada verso me lembram um amor,
que por egoísmo e medo se abalou.

Olha, o que será de mim?
Se meu jardim foi esmagado.
Se só vejo a frente caminhos fechados.
Se as promessas fugiram como ratos,
de um mundo até outrora encantado.

Olha, como posso eu comer?
Se por amor troquei bacalhau por galinha.
Deixaria a cervejinha e água beberia.
E se nada tivesse, fome passaria,
pra cumprir minha palavra de que não te deixaria.

Olha, como posso eu rezar?
Se por ti cortei as asas do meu anjo.
Se virei as costas pro meu santo.
Se meu espirito guia vive reclamando,
que para Deus só causei espanto.

Olha, como posso eu nas pessoas acreditar?
Se me provastes que palavras não têm valor.
Que choro sincero não tem clamor.
Que os olhos nada provou,
E que o amor sincero não adiantou.

Olha, por isso tudo, só posso eu gritar.
Para que tenham cuidado em se dar.
Para que duvidem de brilhos no olhar.
Para que não vejam luar no mar.
Para que não queiram saber o que é amar.

Reconocer una persona controladora.


"La persona controladora es invisible", dice el terapeuta del comportamiento y la programación neurolingüística experto Isabelle Nazare-Aga. Según ella, sólo el tiempo y la convivencia nos permiten reconocer el controlador típico. Pero el hábito y la observación se hace posible identificarla.

El terapeuta concluyó en su estudio que las características de las personas que controlan (masculino y femenino) son exactamente iguales. Según las estadísticas, casi todo el mundo ha tenido o tiene contacto con al menos una persona manipuladora en la vida.

Con algunas excepciones, la persona manipuladora no es consciente de sus actitudes devastadores. El egocentrismo de la misma es tan fuerte que se vuelve incapaz de percibir lo que sienten los demás ", dice Isabelle. "Los que son conscientes y no quieren cambiar, bordeando el agravio", añade.

Según Aparecida Nogueira psicólogo en plan amoroso en el mediano plazo, el controlador no puede mantener la armonía. Las discusiones (en privado o público) tiempo, mala (que a menudo los amigos no se dan cuenta), separación, sufrimiento, por lo general marcan la vida de una persona controladora.

Cuando termina tales relaciones, por lo general no, no es amistad. Esto se debe a que la ex pareja se sienta tan aliviado de librarse de la manipulación que es incapaz de tener una buena sensación para los que lo torturaba.

A quién estás tratando?

Una de las principales características de la persona manipuladora sólo está interesado en sí mismo. Cualquiera que sea el tema, se detendrá tan pronto como sea posible para contar un pasaje que ha sucedido a sí misma.


Si no domina el tema de conversación que no presta atención a lo que se dice y, en cuestión de minutos, lo desvía y en busca de una forma de atraer la atención sobre sí mismos.

Involucrarse emocionalmente con una persona manipuladora un alto riesgo para la autoestima y de la libertad misma. El socio controlador surge gradualmente a medida que el líder de la relación, asfixia mientras se muestra cada vez menos cariñoso, amable y capaz de mantener el respeto y el afecto que dio origen a la relación.

La persona manipuladora se refuerza esencialmente debilitando el ego de sus víctimas. Pero el ejercicio de manipulación es aún peor en la esfera de amor, porque la persona actúa de manipulación al igual que un insaciable, siempre dispuesto a destruir la auto-confianza de la pareja y convirtiéndose en mera muleta, que está soportado para vivir.

Además de abuso verbal, crítica, actitudes falsas sorpresa de un error, sino que también hace todo lo posible para alejar a la pareja de amigos y familiares con el fin de crear un vacío alrededor de la otra. Puede debilitar el compañero de la red amigos, y sobre todo alejado de los antiguos amigos de su union.

A menudo no abiertamente prohíbe y, aparentemente, puede favorecer la pareja a tener amigos. Pero sólo en apariencia. Cuando esto sucede, el guía da una manera de detonar la amistad y para mostrar desagradable, haciendo que su pareja se sienta cada vez menos a gusto y se escapa de todo el mundo.

Comportamiento general de los manipuladores de ambos sexos

... No hace promesas, ya que no les gusta hacer concesiones. Su frase favorita es: "Usted no confía en mí?"


...sin complejos cuando se hace lo que dice o el fracaso de los compromisos adquiridos. En su lugar, siempre tiene excelentes pretextos para explicar. Odia que admitir que estaba equivocado....

... No considera las necesidades de la otra persona. Por el contrario, se impone su voluntad más o menos sutileza. Cuando usa la máscara de altruismo, pretendiendo que preocuparse por los demás, por lo general resulta ser ofendido si alguien censura por su indiferencia.

... Es inflexible y sólo cambia su mente a estar de acuerdo con alguien si tiene algún interés en ella. Lo que es por lo general sólo meses más tarde descubiertos.

... Usted es capaz de tomar posesión de ideas, deseos y opiniones de los demás, cosechando para sí el mérito que no le pertenece a él.


... Impone su presencia y le gusta entrometerse en la vida privada de las personas cercanas a usted. Pero lo hace siempre con el pretexto de querer ayudar.

... No se puede dejar de decir cosas que le causan malestar en las personas alrededor.

... A menudo transmite la idea de que los sacrificios por alguien o alguna causa, pero es puro marketing.


... Utiliza el chantaje emocional para conseguir controlar a los demás. O hace que las personas se sienten disminuida y arrinconado perjudicando ellos.

Los argumentos utilizados por él, para protegerse de la pareja de tus amigos:

"Con razón la gente no viene aquí en casa, usted no mantiene una conversación interesante!"

"No se puede decir que su grupo de pares es muy brillante.

"Confieso que estoy un poco decepcionado. Pensé que eran los mejores amigos


"No dicen que son lo que se dice cuando escuchas lo que dicen"

¿Cómo se consigue?

... Atacar a las personas, para justificar su opinión.

... Desacreditar en público ..

... Guardar silencio o dar aire desinterés.

... Mostrando impaciente, dando la impresión de que se quiere retirar, ya que visita antes.

... Escapar de la presencia de amigos que vayan a hacer otra cosa en lugar de compartir con ellos.


 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MOÇAMBIQUE - Dia da Vitória - 07 de setembro

Não vi tua guerra nem nasci no teu chão,
E nem ouvi barulho do canhão.
Não chorei tuas lágrimas sofridas
e não enxuguei o sangue da tua ferida.

Eu não vinguei teus bravos soldados mortos,
Mas peço a Deus sorte aos teus filhos órfãos.
Eu também não ouvi todos teus gritos de dor,
Mas sinto pelo teu povo um sincero puro amor.

E neste dia tão importante para ti,
quero flores plantadas no teu jardim.
quero regar com água teu chão cru,
ver brilhar muito o teu lindo céu azul.

MOÇAMBIQUE, me acolheste em teu seio,
por ter me dado irmãos fora do berço.
E neste mundo confuso e desmedido,
ouvir VITÓRIA em teu negro alegre sorriso!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pensando bem...

1. “Para alguns, a busca pelo conhecimnto é apenas uma etapa da vida. Para outros, a busca dura uma vida inteira. Não tenho a pretensão de saber tudo, se quer saber em demasia. Quero apenas saber o suficiente para não me tornar uma pessoa vaziamente medíocre. Viver para o conhecimento é atestar-se de sua insignificância diante da sabedoria do mundo”.

2. “No teatro da vida sofrer é uma arte! Ser sincero é uma comédia e querer ser feliz o tempo todo uma tragédia”.

3. “A relação entre a filosofia e a loucura consiste na existência ou não da racionalidade consciente. O louco é um filósofo incosciente e o filósofo um louco consciente”.

4. “Após a minha morte o meu corpo se decomporá; minha beleza sumirá; meus bens materiais se dividirão e o meu sangue se misturará a outro. Mas, os meus pensamentos persistirão por toda eternidade”.

5. “O ato de filosofar não se obtém na universidade, faz parte do instinto ou não. Fácil é ganhar dinheiro, difícil é filosofar o alheio”.

6."Nos dias de hoje, com a proliferação da promiscuidade sentimental humana, o amor mais enlouquece do que enobrece".

7. “Amar é o principal ato unilateral da vida do ser humano”.

8. “Difícil não é saber a diferença entre a mediunidade e a esquizofrenia. Impossível talvez, seja encontrar alguém “normal” o suficiente para julgar tal fato”.

9. “Não conseguiria imaginar a vida sem problemas. O sabor da felicidade está no mel da colméia da montanha mais espinhosa, e não no açúcar industrializado comprado no mercado da esquina”.

10. “Na sociedade pós-moderna o sexo eventual tornou-se um (péssimo) hábito. Faz as pessoas cometerem o erro de confundirem prazer com felicidade, paixão com promiscuidade. Só o sexo com intimidade tem a capacidade de nos fazer sentir completos".

11. "Não condeno aqueles que usam o corpo como forma de comercialização de prazer. Para ele, vender prazer é um ato superficialmente remuneratório. Pela lei da oferta e da procura, vende e compra quem quer (ou quem pode). Já para aqueles que compram o prazer, pagar pelo prazer é um ato de preenchimento de vazio interior. Vender prazer é vender algo que lhe pertence e receber por isso. Comprar prazer é assinar um atestado de infelicidade”.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Racismo e a culpa da cabeleira!

Sempre que tenho contato com sociedades diferentes, busco conhecer e conviver um pouco com a cultura local, seus costumes, com sua gastronomia,  música, estilo e etc. E isso não se trata de aculturação, mas de identificação e respeito para com o lugar que recebeu-me.
Confesso que sempre repudiei quaisquer atos de racismo ou preconceitos em relação a cor de pele,  raça ou etnia. Sempre perguntei-me: Mas quando e de quem nasceu essa ideia absurda de classificar as pessoas pela cor? Obviamente a antropologia e a história nos responde, por mais inaceitável que nos pareça. E, independentemente de análises antropológicas, digo que aqui mesmo em África, o racismo continua mais forte do que em qualquer outro lugar.
Nos meus conceitos primários, racismo era quando uma pessoa de uma raça não gostava de pessoa de uma raça diferente da sua. Como por exemplo o branco não gostar do negro e o negro não gostar do branco.
No entanto, o que mais me intriga é o fenómeno que eu constantemente presencio, o fato de o negro, inconscientemente discriminar o próprio negro.
Não vou generalizar é claro, mais vou citar casos comuns que eu vivenciei.
Certa vez, estava conversando com uma colega negra moçambicana. Ela disse-me então que tinha três empregadas domésticas e que para duas delas pagava 3.500,00 meticais (moeda local) e para outra pagava 5.000,00 meticais. Eu então disse que essa que ganhava mais devia ser mesmo muito eficiente, para diferenciar-se das outras. Ela então, respondeu-me que essa outra ganhava mais porque era “mulata” e as outras eram negras. Ou seja, que aquela devia ganhar mais porque tinha a pele mais clara que a das outras empregadas, justificando ainda: ela é a babá do meu filho menor, ele gosta mais dela porque ela é mais clara.
Certa vez no meu trabalho, fui abordada por um comerciante que perguntou se eu conhecia alguém que quisesse trabalhar com vendas, mas que deveria ser português ou brasileiro. Eu então questionei: Mas por que não pode ser um Moçambicano? Ele respondeu: "Contanto que seja um branco ou clarinho... Em Moçambique, se eu colocar um negro para vender, os brancos até podem compra se precisarem do produto, mas um negro, por mais que precise do meu produto, prefere comprar de um branco. Detalhe: Esse comerciante era negro.
Duas de minhas colegas, observando a maneira que eu trato a minha empregada doméstica, disseram: “Por que você diz por favor e obrigado sempre que pede alguma coisa para sua empregada? Se ela é sua empregada e você esta a pagar para ela te servir, não tem nada que dizer por favor e obrigada. Não se pede, manda-se. Se tu ficares tratando essa negra bem, ela vai te faltar respeito! Se ainda fosse da tua cor, tu até poderias dizer obrigado, mas nem é”. Obviamente não tive mais coragem de fomentar essas amizades.
Por uns meses usei tranças africanas. Sim, aquelas tranças feitas com mechas bem longas que é um símbolo da beleza africana. E por sinal gostei muito, só não imaginara que o cabelo poderia ser um instrumento de manipulação social.
Na minha visão, foi um ato tão simples quanto de mudar de penteado, mais não na realidade o impacto foi maior do que eu poderia supor.
Depois que coloquei as tranças, passei a ouvir coisas absurdamente preconceituosas, como do tipo: “Você esta parecendo africana, é melhor tirar isso!”. “Vão achar que você é negra!”. “Se você é brasileira, por que usa isso?”. Eu apenas imaginava, “e daí” pensarem que eu sou africana? Qual é o problema disso? Bem, com o tempo fui observando o que tudo isso significava.
No prédio em que vivia  depois que passei a usar as tranças, os porteiros e seguranças do prédio não me davam mais bom dia com o mesmo vigor de antes, nem me ajudam a carregar as compras. Quando entrava numa loja o vendedor não atendia-me com a mesma simpatia. No restaurante, o garçom atendia primeiro o cliente que ele julga ser branco, ou mais branco que eu. Quando eu perguntava minha cor para um moçambicano antes de usar as tranças, ele dizia que eu era “brasileira” (branca), depois das tranças, fui classificada como “mulata”. Antes das tranças, Perguntavam: “Você é de que lugar do Brasil?”, depois das tranças dizem: “Moraste no Brasil quanto tempo?”, ou então: “És brasileira?????!!!”.
Recordo-me de ter entrado numa padaria brasileira aqui em Maputo. Escolhi os produtos, aguardei na fila normalmente, que quando eu abri a minha boca e fiz o pedido, todos, acreditem, todos que estavam ao me redor, entre brasileiros, libaneses e moçambicanos, ouvindo meu sotaque brasileiro, pararam, olharam-me da cabeça aos pés, depois encararam a minha face, com um olhar de repúdio e espanto, como se quisessem dizer: “Você é brasileira? Usando essas tranças, credo!!”. Eu podia ler isso na mente de cada uma dessas pessoas. E juro, juro mesmo que não me incomodei em nada de pensarem isso, apenas fiquei decepcionada em ver a praga do racismo se proliferando em frente aos meus olhos.
Quando ia ao mercado, restaurante, ou qualquer outro lugar em que o atendimento não estivesse bom, as pessoas que acompanhavam-me diziam: “Esta vendo! É tudo culpa do seu cabelo!”. Então eu pensei: “Quer dizer então que para eu ser bem tratada aqui eu tenho mesmo que parecer ser branca ou a mais clara possível? Sinceramente, fico tão triste que, em pleno desenvolvimento e globalização, ainda possa existir tanto racismo assim. Que pós-modernidade é essa? Parece que ao invés de evoluirmos estamos voltando a época do mercatilismo.
Tinha a impressão que em qualquer momento eu poderia ser capturada por um português e ser vendida no mercado como uma escrava branca. E tudo por causa da cabeleira!





domingo, 27 de março de 2011

Pensamentos ao vento (curtos como pluma, pesados como cimento)

1- É muita prepotência do homem achar que é o único no universo. Não podemos delinear o que não tem fim e não podemos medir o que não conhecemos. Por isso que neste caso, a presunção é de existencialidade"

2- "O ser humano é um animal eminentemente social e, embora não admita, em geral prefere viver mal acompanhado do que só"

3- "Acho que amo o conhecimento mais do que a mim mesma. Sei que viver é necessário, mas conhecer é preciso"

3- "A hipocrisia me corroi os nervos, mas ao mesmo tempo, oxigena meu cérebro"

4- "Se hoje te amo, amanhã posso te odiar. E se hoje te odeio, amanhã posso te amar. Independentemente da inversão, o que importa é manter a intensidade do sentimento"

5- "Evite cobrar fidelidade de alguém. Os cães são fieis mesmo quando não amam. O ser humano ama, mas nem sempre é fiel"

6- "A loucura me fascina! O louco é intenso e verdadeiro em tudo que faz. Encontra nele mesmo aquilo que os normais buscam nos outros"

7- "Quando alguém pergunta se você está bem, não acredite que é porque realmente ela quer saber; é que a maioria dos que te perguntam apenas querem constatar se você está melhor ou pior do que eles"

8- "A mulher tem em sua natureza originária a prostituição em sua origem rudimentar. Não no sentido banal da palavra. Mas no sentido essencial. O amor para a mulher em geral, não se mede com palavras, nem se prova com prazer, apenas diante de recebimento de algo material que ela se dá por convencida"

9- "O mais domesticável de todos os animais é o homem"

10- "Muito reclama-se da pessoa manipuladora. Mas não podemos esquecer que o manipulador só existe, porque há alguém que aceita ser por ele manipulado"

11- "Está cada vez mais fácil achar uma agulha num palheiro do que encontrar um amigo verdadeiro "

12- "Muitas vezes é demasiado difícil saber o limite entre a sinceridade e a fantasia. Sinceridade é a coisa mais solúvel, manipulável e incerta que já existiu na construção psicosocial do ser humano"

Ser Globalizado

Às vezes sinto-me demasiado pequena neste mundo tão grande.
As informações me invadem num frenesi constante.

A ambição me esmaga como um elefante.
E o dinheiro parece fazer parte do meu sangue.

Hoje aqui, amanha aculá.
Onde é mesmo o meu lugar?

Sem barreiras, sem fronteiras. Sou um ser globalizado.
Minha bolsa Louis Vuitton, meu tênis nike, meu batom importado...Mas espera, tem alguma coisa errado!

Sou cidadã de um mundo global, porque global é o mundo (desigual).
Mas eu ainda sou um ser individual, cultural.

Sei que estou no mundo e o mundo está em mim.
Mas eu ainda sinto o cheiro do meu jardim.

Sou india, sou branca e sou negra.
Sim, sou brasileira.

Posso ser globalizada como um aço.
Mas novo mundo, das minhas raizes não me desfaço.

Maputo/Moçambique/África, 22 de agosto de 2010.

domingo, 16 de janeiro de 2011

MULHER LIMPINHA!

A uns dias li um texto na revista veja com o título “Mulher limpinha”. Nele, a autora (uma senhora de por volta 50 anos) disse que ouviu de um homem (no Brasil) que: a mulher ideal é aquela mulher que sabe cuidar dos filhos, do marido, organizada...você sabe doutora...uma mulher limpinha!
A escritora, então, mostrou-se indignada com tal declaração. Disse que não imagina que, nesta época ainda existissem homens que pensavam assim. Então pensei, em que planeta ela vive? Para que tanta indignação? Sabemos que o referido homem foi apenas sincero. Talvez falte a essa escritora, permitir-se enxergar, minimamente, além da cortina do feminismo que venda seus olhos.
Acredito que uma das frases mais verdadeiras neste mundo seja: “homem é homem, mulher é mulher” (que me desculpem as Constituições Republicanas). E o maior desafio num casamento é aprender a lhe dar com essa diferença. Homem é homem em qualquer lugar, e seus pensamentos são uníssonos quando se trata de mulher. Muda cultura, muda nacionalidade, religião, mas, no íntimo de cada homem, o desejo da “mulher limpinha” sobrevive, e de uma certa maneira, é até natural.
Não é difícil entender porque o homem pensa assim (muitas vezes inconscientemente), imaginem: É psicologicamente aceitável entender que, o homem quando casa, deseja na mulher a mesma segurança, bem estar e aconchego que tinha com sua genitora. As mulheres, muitas vezes não se dão conta que, o marido vê nela, em sua figura feminina, além de uma fêmea, uma mãe. Acredito que a maioria das mulheres não percebem, não entendem ou não aceitam esse instinto natural do homem.
Minhas caras, acredito que o primeiro passo para lhe dar com os conflitos existências em um relacionamento é: aprender a conhecer o seu parceiro, analisar seu histórico familiar, conhecer seus anseios...tentar desvendar esse homem que divide a vida com você. Não é nada difícil entender os homens, conhece-los. O homem não exige muito para ser feliz, acreditem.
A sociedade, em verdade, não mudou o homem, apenas suprimiu a sua vontade de dizer que sim, preferem casar com a tal “mulher limpinha”, pois dependendo da sociedade, este estigma foi suprimido. Estava eu conversando com um dinamarquês certa vez (desses “super modernos”) e fiquei surpresa quando ele disse que tinha separado-se, afinal, eu conhecia a esposa e os filhos e os achavam uma bela família.
Então ele começou a desabafar, dizendo que aos poucos ele começou a se sentir a “mãe” da casa, cozinhava, cuidava sozinho dos filhos, pois a esposa estava sempre viajando a trabalho, ou chegando em casa mais tarde que ele. Eu então disse que achei que na cultura europeia isso fosse mais do que normal, e que os homens não eram nada machistas. Ele então respondeu: “Essa história de que o homem europeu não é machista é conversa, homem é homem em qualquer lugar do mundo. A mulher pode trabalhar fora, ganhar mais do que o marido, mais isso não a torna um homem. Mulher para me fazer feliz tem que ser mulher, dar carinho, atenção, me preparar um doce de vez enquanto, acalentar meus filhos...Mulher tem que ser mulher porra! Depois disso, só me restou soltar um: It`s true!
Seria um tanto estranho pedir ao homem para ser feminista. Isso já é exigir de mais não? E que não me chamem de machista (se quiserem me chamar também, não tem problema). Eu apenas tenho que vislumbrar e tentar compreender a realidade. Sabemos que, no fundo no fundo, quem manda na casa é a mulher, e ela, tem o poder que a maioria dos homens não tem, o de manipular a relação. Mas, minhas caras, “os homens tem a necessidade de se sentirem os homens da casa, os provedores”. Não sei, mais, um homem feminista, para mim não é homem! Não é natural!
Mulheres, deixem os homens acharem que mandam em tudo, deixem eles se sentirem os machos da casa. Eles não exigem muito de nós. O homem quer atenção, ouvidos, cafunés. E sim, homem também é fragil, as vezes muito mais do que a própria mulher.